Aconselhada por Friedrich von Dobhloff,o engenheiro austríaco que durante a Guerra tinha sido o primeiro a aplicar o princípio do jato em helicópteros em Wiener Neustadter Flugzeugwerke e que tinha trabalhado com McDonnell no XH-20 e outros helicópteros,a Associação das Asas Rotativas(AAF) reconheceu que atingir essas metas requeria tecnologias inovadoras como usar um rotor construído de metais especiais,turbinas a gás,rotores dirigidos a jato,servo-controles e outros dispositivos necessários para se reduzir as forças inerentes a um rotor que iria ter um diâmetro de 22,86 a 24,38m.Para minimizar os custos,a AAF recomendou que a fuselagem e outros componentes não essenciais fossem construídos da forma mais simples possível.A Kellett Aircraft Corporation de Upper Darby na Pennsylvania,foi notificada em 2 de maio de 1946 que tinha vencido a competição de desenhos e logo um contrato para a primeira aeronave de estudos seria negociado.
O estudo de um ano revelou inúmeros problemas técnicos.A Kellet foi obrigada a optar pela instalação de duas turbinas ao invéz da turbina única recomendada pela AAF.Em 27 de agosto de 1947 a Kellet venceu o contrato para a construção do XR-17(que tornaria-se o XH-17 em junho de 1948 quando a recém criada USAF adotou um sistema de designações diferente).
No fim dos anos 40 a Hughes desenvolveu interesse por helicópteros,enquanto a plataforma de testes de solo XH-17 era construída,a Kellett passava por problemas financeiros e em agosto de 1947 ela vendeu os direitos e a plataforma a Howard Hughes Jr. por 250 000 dólares.Satisfeita com a continuação do trabalho no helicóptero,a USAF aprovou a transferência da plataforma de Upper Darby para Culver City.Naquela época,membros do time de desenho da Kellett foram contratados pela Hughes e se mudaram para a Califórnia,onde o trabalho foi retomado e a plataforma completada no final de 1949.
Para economizar,a Hughes usou componentes de outras aeronaves.O cockpit de dois assentos era de um Waco CG-15, as rodas dianteiras vieram de um B-25 e as rodas traseiras de um C-54 Skymaster.O tanque de combustível de 2407 litros era uma célula de porão de bombas vinda de um B-29 Suprefortress.
Propulsão Curiosa:
A propulsão era bastante incomum.Eram usados dois turbojatos General Electric 7E-TG-180-XR-17A (turbojatos J35 modificados),o ar sangrado do compressor intermediário era enviado ao cubo do rotor,as pás do rotor eram ocas e o ar quente e comprimido das turbinas viajava por dentro das pás até pequenos jatos onde combustível era injetado e queimado.Essa instalação de propulsão dupla deveria fornecer o equivalente a 3480hp quando o rotor de pá dupla de 39,62m de diâmetro girava em seu raio normal de 88rpm.Esse sistema era ineficiente,limitando o raio de alcance da aeronave a apenas 64km.
Testes:
Os testes de solo começaram em 22 de dezembro de 1949 e já eram esperados vários problemas devido ao drástico avanço em tamanho e complexidade.De qualquer modo,algum progresso foi feito até junho de 1950,quando a plataforma foi sériamente danificada após uma falha na sincronização cíclica.Oito meses antes,a Hughes e a USAF tinham obtido confiança suficiente no projeto para seguir à fase seguinte.Ao invéz de apenas consertar a plataforma a Hughes incorporou as mudanças necessárias para preparar o XH-17 para vôo.Notavelmente,essas modificações pré-vôo incluíram a instalação de um sistema hidráulico duplo,cada um apresentando três bombas hidráulicas,além da instalação de um rotor na cauda.Devido ao uso de um sistema de jato de pressão no rotor principal,não havia torque resultante e o rotor de cauda podia ter seu diâmetro reduzido.Assim foi utilizado o rotor de cauda de um Sikorsky H-19,montado numa cauda tubular.
Após uma parada de dois anos os testes recomeçaram num ritmo lento enquanto o desenho do servo-controle estava sendo refinado.Finalmente,tendo recebido o número de série da USAF 50-1842,o XH-17 voou pela primeira vez em Culver City em 23 de outubro de 1952,com Gale Moore nos controles.Esse vôo teve de ser interrompido poucos minutos após a decolagem pois as forças exercidas sobre os controles direcionais eram excessivas.Embora a correção desse problema fosse simples,dificuldades reveladas em outros testes pediram mais trabalho.Em particular,a enorme vibração nas pás do rotor principal era difícil de corrigir e o XH-17 estava constantemente em terra para a adoção de modificações.Após três anos de testes esporádicos,o programa acabou quando as pás do rotor principal alcançaram sua vida útil máxima em dezembro de 1955.O destino final da máquina foi ser desmantelada.
No final,o XH-17 tinha validado seu conceito e seu desenvolvimento num guindaste voador satisfatório poderia ter acontecido se o aparelho não tivesse um consumo de combustível enorme e que não podia ser diminuído,seu pequeno raio de alcance não atendia os requisitos militares.Por outro lado,o XH-17 foi capaz de façanhas notáveis como levantar um trailer de comunicações padrão da USAF e levantar cargas acima de 4665kg.Ele estava muito à frente de seu tempo.Os pilotos gostaram de sua notável resposta ao controles e à baixa vibração sentida no cockpit.Só se queixaram de seu lento controle direcional.O XH-17 ainda mantém o recorde do vôo usando o maior rotor do mundo.
Dados técnicos do XH-17:
Tripulação: Piloto,Mecânico e Engenheiro de Vôo,Motor: 2 turbinas a gás General Electric J35,Diâmetro do Rotor: 39.62m, Comprimento da Fuselagem: 16.25m, Altura: 9.17m, Peso Vazio: 12956kg, Carga Máxima: 4665kg,Peso Carregado:14184kg,Peso Máximo na Decolagem:19731kg,Velocidade Máxima:145km/h,Velocidade de Cruzeiro:137km/h,Alcance:64km,Teto de Serviço:3995m,Raio de Subida:8,4m/s.
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